ESTADOS TOTALITÁRIOS – FASCISMO E NAZISMO
O período entre guerras (1919-1939) teve uma marca política: a tendência à radicalização. Regimes totalitários instalaram-se em vários países europeus.
Originalmente é empregado para denominar o regime político implantado pelo italiano Benito Mussolini, no período de 1919 a 1943.
As grandes exceções do período foram Estados Unidos, Inglaterra e França, onde dominaram democracias liberais.
CARACTERÍSTICAS
Totalitarismo, subordina os interesses do indivíduo ao Estado.
Nacionalismo, que tem a nação como forma suprema de desenvolvimento.
Corporativismo, em que os sindicatos patronais e trabalhistas são os mediadores das relações entre o capital e o trabalho.
Camisas negras – O fascismo nasce em 1919, quando Mussolini funda, em Milão, o movimento intitulado Fascio de Combatimento, cujos integrantes, os camisas negras (camicie nere),
Em 1922, as milícias fascistas desfilam na Marcha sobre Roma, e Mussolini é convocado para chefiar o governo em Itália.
Em 1929 há um endurecimento do regime, que significa cerceamento à liberdade civil e política, derrota dos movimentos de esquerda, limitações ao direito dos empresários de administrar sua força de trabalho e unipartidarismo.
O DUCE (culto ao chefe)
Pretendia encarar a vontade das massas, sustentado por um partido único.
Outros países aderiram o fascismo: Espanha, Portugal, Polônia, Iugoslávia.
Cada regime tinha feições próprias, e o termo fascista aplica-se mal a regimes autoritários como os da Hungria, Romênia ou Turquia.
O poder Fascista, fundado oficialmente em novembro de 1921, cresceu depressa, recrutando membros entre os milhares de desempregados. O número de filiados passou de 200.000 em 1919 para 300.000 em 1921.
Em 24 de outubro de 1922, Mussolini anunciou a Marcha sobre Roma.
Impotente, o rei Vítor Emmanuel III convidou o Duce para formar um Ministério que desenvolvesse uma política interna liberal e um externa nacionalista
Nas eleições de 1924, os fascistas tiveram 65% dos votos, mas impediram que os principais líderes rivais também chegassem ao Parlamento.
Mussolini se definia como reacionário, anti-parlamentarista e anti-socialista.
Com as leis de 1925, o Duce concentrou poderes de chefe de Estado.
Após sofrer um atentado em 1926 tomou as seguintes atitudes:
1. fechou os jornais de oposição;
2. dissolveu os demais partidos ;
3. perseguiu seus líderes;
4. restaurou a pena de morte;
5. criou tribunais especiais;
6. os dirigentes oposicionistas, exilados.
As formações paramilitares tornaram-se oficiais; seus 300.000 homens em 1925 chegaram a 750.000 em 1930. Em 1939, os fascistas suprimiram a Câmara dos Deputados, substituída por membros do Grande Conselho. Entre 1927 e 1934, o regime condenou mais de 5.000 pessoas, algumas à pena de morte, outras à prisão perpétua. Milhares de pessoas foram deportadas. Essa tarefa ficou por conta da polícia política, a OVRA
RELIGIÃO
Um acordo com o papa Pio XI resolveu a Questão Romana, pendente deste a unificação. O Tratado de Latrão, de 1929, deu ao papa soberania sobre a Cidade do Vaticano e indenização pela perda dos antigos. Estados da Igreja; reconheceu o catolicismo como religião oficial; o casamento religioso tinha o mesmo valor do casamento civil; as escolas passariam a ensinar religião.
Os católicos apoiaram Mussolini, mas ele manteve a interdição sobre o Partido popular e sobre as editoras católicas.
TRABALHO
Em 1927, para tentar resolver as questões trabalhistas, surgiu a Carta do Trabalho. Para cada profissão haveria dois sindicatos, um dos patrões e outro dos empregados e as greves foram proibidas.
REGIMES SEMELHANTES SURGEM:
1. Na Alemanha (1933-1945), com Hitler , nasce o nazismo ;
2. Na Espanha (1939-1975), com o general Francisco Franco;
3. Em Portugal (1929-1974);
4. No Brasil, o fascismo durante o Estado Novo (1937-1945).
NAZISMO
Político e governante alemão e um dos ditadores mais poderosos do século XX. Transformou a Alemanha militarizando completamente a sua sociedade e levou o país à II Guerra Mundial.
Utilizou o anti-semitismo (preconceito contra judeu) como pedra angular de sua propaganda.
Foi o responsável pela execução de milhões de judeus e de indivíduos de outros povos, considerados como seres inferiores.
Em novembro de 1923, um momento de caos econômico e político, encabeçou uma revolta (putsch) em Munique contra a República de Weimar, na qual se auto-proclamou chanceler de um novo regime autoritário.
Condenado a cinco anos de prisão como líder do golpe de Estado, concentrou-se na redação de sua autobiografia: Mein Kampf (Minha Luta).
Foi nomeado chanceler em janeiro de 1933.
Regime político de caráter autoritário que se desenvolve na Alemanha durante as sucessivas crises da República de Weimar (1919-1933). Baseia-se na doutrina do nacional-socialismo, formulada por Adolf Hitler (1889-1945), que orienta o programa do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP). A essência da ideologia nazista encontra-se no livro de Hitler, Minha Luta (Mein Kampf).
Ao final da 1ª Guerra Mundial , além de perder territórios para França, Polônia, Dinamarca e Bélgica, os alemães são obrigados pelo Tratado de Versalhes a pagar pesadas indenizações aos países vencedores.
Essa penalidade faz crescer a dívida externa e compromete os investimentos internos, gerando falências, inflação e desemprego em massa.
Utilizando-se de espetáculos de massa (comícios e desfiles) e dos meios de comunicação (jornais, revistas, rádio e cinema), o partido nazista consegue mobilizar a população por meio do apelo à ordem e ao revanchismo.
Com a morte do presidente Hindenburg (1934), Hitler torna-se chefe de governo (chanceler) e chefe de Estado (presidente). Interpreta o papel de führer, o guia do povo alemão, criando o 3º Reich (Terceiro Império).
Com poderes excepcionais, Hitler:
1. suprime todos os partidos políticos, exceto o nazista;
2. dissolve os sindicatos;
3. cassa o direito de greve;
4. fecha os jornais de oposição e estabelece a censura à imprensa;
5. apoiando-se em organizações paramilitares, SA (guarda do Exército), SS (guarda especial) e Gestapo (polícia política), implanta o terror com a perseguição aos judeus, dos sindicatos e dos políticos comunistas, socialistas e de outros partidos.
Desrespeitando o Tratado de Versalhes, Hitler reinstitui o serviço militar obrigatório (1935), remilitariza o país e envia tanques e aviões para amparar as forças conservadoras do general Franco na Espanha, em 1936.
Anexa a Áustria (operação chamada, em alemão, de Anschluss) e a região dos Sudetos, na Tchecoslováquia (1938). Ao invadir a Polônia, em 1939, dá início à 2ª Guerra Mundial (1939-1945).
Terminado o conflito, instala-se na cidade alemã de Nuremberg um Tribunal Internacional para julgar os crimes de guerra cometidos pelos nazistas. Realizam-se 13 julgamentos entre 1945 e 1947.
Juízes norte-americanos, britânicos, franceses e soviéticos, que representam as nações vitoriosas, condenam à morte 25 alemães, 20 à prisão perpétua e 97 a penas curtas de prisão. Absolvem 35 indiciados. Dos 21 principais líderes nazistas capturados, dez são executados por enforcamento em 16 de outubro de 1946.
NAZISMO NA ATUALIDADE
Os movimentos manifestam-se de forma violenta e têm nos estrangeiros o alvo preferencial de ataque: Manifestação de skinheads na Rússia .
No Brasil, “carecas”, skinheads e white power são alguns dos grupos em evidência nos grandes centros urbanos, promovendo ataques verbais, pichações e agressões dirigidas principalmente contra os migrantes nordestinos e a comunidade judaica.